sábado, 22 de maio de 2010

Portugal: 25 espécies em perigo

Quercus revela lista para prioridade na conservação

Morcego dos Açores, boga portuguesa, freira da Madeira, furo bucho, priôlo, escalo do Mira, lobo-marinho, silene rothmaleri, plantago almogravensis ou narciso do Algarve são algumas das 25 espécies que a Quercus considera exigirem cuidados prioritários de conservação, escreve a Lusa.
A associação ambientalista escolheu 25 espécies, 13 de vertebrados e 12 da flora, características de algumas regiões portuguesas ou ibéricas e que estão em perigo de extinção, tendo escolhido o Dia Internacional da Biodiversidade, que se assinala no Sábado, para divulgar a lista.
O lince ibérico, alvo de um programa de recuperação de Portugal e Espanha, é a espécie listada mais conhecida devido às várias iniciativas de sensibilização para a sua conservação e reprodução em cativeiro para posteriormente libertar animais no seu habitat natural.
Paulo Lucas, da Quercus, explicou que o objectivo da iniciativa é «salientar a necessidade e a urgência de se efectuar uma conservação activa das espécies e dos seus habitats» pelas associações e entidades públicas.
Ficaram de fora alguns «grupos», como os invertebrados, musgos e líquenes, para os quais o conhecimento científico ainda é insuficiente para a elaboração de listas correctas, especificou.
A razão mais frequente para a situação de ameaça das espécies relaciona-se com os habitats, afectados pela acção humana ou por alterações naturais.
Entre as espécies apontadas pela associação estão alguns peixes como a boga portuguesa, que se encontra nas bacias hidrográficas do Tejo e Sado, o saramugo, da bacia do Guadiana, o escalo do Mira ou o boga do sudoeste, dos rios Mira e Arade.
Na lista está o priôlo, uma ave endémica da ilha de S. Miguel, «criticamente em perigo», principalmente devido à perda de habitat favorável, pois a floresta laurissilva é «fortemente pressionada» por espécies vegetais invasoras, explica a Quercus, acrescentando que está em curso um programa de preservação da espécie.
Igualmente do arquipélago açoriano é o morcego dos Açores e a estrelinha da ilha de Santa Maria, enquanto a freira da Madeira é uma ave endémica do arquipélago madeirense e é considerada «uma das espécies de aves marinhas mais ameaçadas da Europa».
O lobo marinho é uma espécie «criticamente em perigo de extinção a nível global», com um baixo efectivo populacional, que surge como residente no arquipélago da Madeira, segundo a Quercus.
Entre a flora, a marsilea quadrifolia, uma espécie semi-aquática, «encontra-se em estado crítico e pensa-se que poderá estar extinta na natureza», embora tenha sido localizada na margem do Douro, em Trás-os-Montes.
A plantago algarbiensis, corre «sério risco» devido à acção humana e a sua área de distribuição limita-se a 30 hectares na região de Tunes, Guia e Algoz.
A única população mundial conhecida do narciso do Algarve localiza-se nas margens da ribeira de Quarteira e a veronica micrantha está afectada pela redução progressiva dos carvalhais.

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