segunda-feira, 19 de abril de 2010

Notas Soltas 2

Segue o segundo “Notas Soltas” que são pequenos textos da minha autoria.

Vivemos num país que se diz desenvolvido. Para isso contribui em muito o facto de sermos um país em que o nível de escolaridade mínimo tem vindo a aumentar gradualmente, cifrando-se actualmente no nono ano, podendo passar essa fasquia para o décimo segundo, conforme intenções manifestadas pelo actual executivo.
Este facto vai acarretar um aumento de gastos por parte das famílias na angariação de material escolar para que esses alunos possam prosseguir os estudos.
O mais paradoxo deste facto é que as escolas expedem os manuais adoptados durante os primeiros três ou quatro meses civis para que as livrarias tenham capacidade de os porem à disposição dos encarregados de educação a tempo do início do novo ano lectivo.
Se existem alunos deficientes, tal como os alunos ditos “normais”, que não querem fazer nada e só andam nos estabelecimentos de ensino para não estarem em casa, ou que têm acesso às novas tecnologias, pode existir uma pequena fatia destes que tenham como única alternativa o uso de manuais em linguagem Braile.
Tendo presente este facto, não se compreende o porquê de alunos cegos ou de baixa visão, terem de esperar, muitas vezes meses, por manuais que lhes dêem acesso às matérias leccionadas.
Não seria mais racional que, quando se soubesse os manuais adoptados por uma escola, e sabendo previamente da existência deste tipo de alunos, estes estabelecimentos de ensino solicitassem apoio ao Ministério de Educação, com vista ao aceleramento deste processo, tendo em vista a entrega dos manuais até ao início do ano lectivo.

Adolfo Ribas

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